Pesquisadores do CTC organizam primeiro e-book sobre a tecnologia dos Wetlands Construídos

10/02/2021 15:16

Pesquisadores do Grupo de Estudo em Saneamento Descentralizado (GESAD), do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental (ENS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), organizaram um e-book que contemplou a participação de 20 pesquisadores de diversas instituições do Brasil. O material é o primeiro de uma série que pretende difundir a ecotecnologia dos wetlands construídos no tratamento de águas residuárias, baseando-se em experiências brasileiras.

A iniciativa é vinculada ao Grupo Wetlands Brasil, que congrega inúmeros pesquisadores e praticantes distribuídos em todo o território nacional. O grupo foi estabelecido no ano de 2011 e, desde então, vem contribuindo com a disseminação da tecnologia por meio de diversos expedientes, em destaque os simpósios brasileiros com frequência bianual e os boletins eletrônicos de periodicidade semestral.

Para fazer o download gratuito do e-book, clique aqui.

Saiba mais: https://gesad.ufsc.br/

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Professores do CTC apresentam propostas para sustentabilidade dos serviços de esgoto em Florianópolis

04/02/2021 13:36

Um grupo de professores do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) elaborou um documento em que aponta estratégias e ações para que a cidade de Florianópolis possa buscar a sustentabilidade dos serviços de esgotamento sanitário. Essas ações preveem o envolvimento não apenas do poder público mas também da sociedade, na forma de campanhas de educação sanitária em escolas e associações de moradores, para fortalecer a responsabilidade compartilhada em relação ao saneamento.

O gerenciamento das atividades relacionadas aos serviços de esgotamento sanitário em Florianópolis – desde a coleta, transporte, tratamento e disposição final – é visto como um desafio pelos pesquisadores, em razão das “características peculiares da ilha de Santa Catarina e sua ampla expansão demográfica”. Neste cenário, é necessário avaliar diversas opções técnicas, tanto em escala centralizada como descentralizada.

O documento aponta a necessidade de estudos sobre a capacidade de cursos d’água, do solo e até mesmo do mar em receberem os esgotos tratados. E apresenta propostas como a reciclagem dos subprodutos do tratamento de esgoto sanitário e possibilidades de reuso da parte líquida tratada para finalidades como irrigação de parques e jardins ou no combate a incêndios.

As propostas incluem o estímulo a opções técnicas descentralizadas, como o tratamento de esgoto individual (no lote) “com foco em sistemas inovadores e ecológicos baseados no reciclo das águas nas próprias edificações”. E também o incentivo à implantação de sistemas prediais de captação e aproveitamento de águas da chuva, como auxílio no controle de inundações e diminuição do consumo de água potável para fins não nobres. Na escala centralizada, uma das sugestões dos especialistas é a realização de estudos de técnicas de tratamento do esgoto sanitário com o objetivo de melhorar a qualidade do efluente lançado no meio ambiente.

Veja a íntegra do documento

Fonte: Notícias UFSC

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Professora Maria Elisa Magri compõe equipe de pesquisadores envolvidos no estudo de identificação do novo Coronavírus em amostras de esgoto de Florianópolis

03/07/2020 17:01

A Professora Maria Elisa Magri, Coordenadora do Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina, integra a equipe de pesquisadores que avaliaram amostras de esgoto de Florianópolis e identificaram a presença do novo Coronavírus em novembro de 2019, antes mesmo da pandemia ser decretada pela Organização Mundial da Saúde. 

O Centro Tecnológico parabeniza o trabalho e contribuição a nível nacional e internacional dos pesquisadores e, em especial, a Professora Maria Elisa Magri e os integrantes do Laboratório de Efluentes Líquidos e Gasosos. Confira a matéria publicada pelo Notícias UFSC: 

 

Laboratório de Virologia Aplicada analisa amostras de diversos materiais. Foto: Daiane Mayer/Agecom.

Partículas do novo coronavírus, SARS-CoV-2, foram encontradas em duas amostras do esgoto de Florianópolis colhidas em 27 de novembro de 2019, dois meses antes do primeiro caso clínico ser relatado no Brasil. A descoberta é descrita na pesquisa “SARS-CoV-2 in human sewage in Santa Catarina, Brazil, November 2019”, de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, da Universidade de Burgos (Espanha) e da startup BiomeHub. Assinam o pré-print do artigo Gislaine Fongaro (Laboratório de Virologia Aplicada – LVA/UFSC), Patrícia Hermes Stoco (Laboratório de Protozoologia/UFSC), Dóris Sobral Marques Souza (LVA-UFSC), Edmundo Carlos Grisard (Laboratório de Protozoologia/UFSC), Maria Elisa Magri (Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental), Paula Rogovski (LVA/UFSC), Marcos André Schörner (Laboratório de Biologia Molecular, Microbiologia e Sorologia/LBMMS/UFSC), Fernando Hartmann Barazzetti (LBMMS/UFSC), Ana Paula Christoff (BiomeHub), Luiz Felipe Valter de Oliveira (BiomeHub), Maria Luiza Bazzo (LBMMS/UFSC), Glauber Wagner (Laboratório de Bioinformática/UFSC), Marta Hernández (Seção de Microbiologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Burgos) e David Rodriguez-Lázaro (Seção de Microbiologia/Burgos). Uma versão preliminar do artigo foi distribuída pelo site MedRxiv.

A professora da UFSC, Gislaine Fongaro, explica que amostras de esgoto do final de outubro até o início de março foram analisadas. “Acessamos amostras congeladas do esgoto bruto para investigar o material como ferramenta epidemiológica”, afirma a pesquisadora. Até agora, é o relato da primeira presença confirmada do vírus nas Américas. Gislaine lembra que estudos semelhantes encontraram o SAR-CoV-2 no esgoto de Wuhan, na China, em outubro, e na Itália no início de dezembro, antes do vírus ser descrito em 31 de dezembro de 2019.

Pesquisa desenvolvida no laboratório do departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia. Foto: Daiane Mayer/Agecom.

Para o estudo, diversos departamentos da UFSC foram acionados. “É um trabalho do LVA, com parcerias interlaboratoriais. Ficamos um pouco desconfiados com os primeiros resultados, mas a gente repetiu todos os dados, fazendo testes no laboratório do Hospital Universitário, e rastreamos o genoma do vírus”, salienta a professora. “Tivemos o cuidado de realizar um teste interlaboratorial, e não foi feito um único marcador viral, vários marcadores do vírus foram usados para reconfirmar. Estamos bem tranquilos quanto ao resultado”, indica.

Testes RT-PCR são muito sensíveis e foram realizadas em amostras colhidas do esgoto de Florianópolis em 27 de novembro de 2019. Foto: LVA/UFSC

O teste RT-PCR (da sigla em inglês: transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase – o RNA do vírus é transformado em DNA para poder investigar a presença do genoma viral) é muito sensível e encontra quantidades diminutas do vírus. A carga constatada em 27 de novembro foi baixa: 100 mil cópias de genoma do vírus por litro. Depois disso, novas amostras deram positivo em doses mais elevadas em 11 de dezembro e 20 de fevereiro,  até que em 4 de março a carga de SARS-CoV-2 chegou a um milhão de cópias de genoma por litro de esgoto. “As pessoas não precisam ficar apavoradas com contaminação. O esgoto só é uma representatividade do que já tem na população”, diz Gislaine. Ela pondera que as pessoas podem ou não ter ficado doentes neste período, e ter atribuído algum sintoma a outras doenças. Em 30 de outubro e 6 de novembro, as amostras não apresentaram traço de SARS-CoV-2.

Este trabalho e os resultados obtidos só foram possíveis devido as atividades de monitoramento de longa data e contínuos junto a rede coletora de esgoto sanitário em Florianópolis realizados pelos pesquisadores do Laboratório de Efluentes Líquidos e Gasosos (LABEFLU) do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, sob a supervisão dos Professores Rejane Helena Ribeiro da Costa e Paulo Belli Filho “É a importância de ter amostras disponíveis e os recursos necessários para pesquisa”, comenta Gislaine, que destaca a importância do monitoramento do esgoto e da ciência básica: “É um grande momento para a gente pensar como o esgoto da população serve para programas sentinelas. Muito antes de aparecer casos clínicos, o vírus estava circulando. É possível fazer análises de risco  e antecipar os cuidados necessários com a população, como, por exemplo, a hora de dar uma diminuída nas atividades”.

Fonte: Caetano Machado/Jornalista da Agecom/UFSC. Com informações do portal de notícias G1 SC e do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC. 

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