Chefes de Departamento: Myriam Eugênia Barbejat

22/08/2012 11:36

O Núcleo de Comunicação do Centro Tecnológico está desenvolvendo uma série de entrevistas com os Chefes dos Departamentos de Ensino do CTC. A cada semana será publicado um perfil, e para iniciar a série, a professora Myriam Eugênia Barbejat, chefe do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, fala dos desafios da chefia.

Desde 27 de abril deste ano, a professora Myriam Eugênia Barbejat é a chefe do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas da UFSC. Não trabalha sozinha, enfatiza a importância de seu colega, o professor Sérgio Fernando Mayerle, como sub-chefe do departamento e de todos os colegas de docência e funcionários administrativos que a auxiliam na sua tarefa.

Myriam é carioca, formada em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal Fluminense (UFF), onde foi professora e coordenadora de curso. Fez mestrado na PUC-Rio na área de Termociências. Em 2000 teve seu primeiro contato com a UFSC ao fazer um curso de Especialização em Empreendedorismo à distância. Em 2001 iniciou o Doutorado em Engenharia de Produção, também na UFSC, agora em outra área de atuação: Relacionamento entre sócios em empresas de base tecnológica. Myriam acreditava que tudo o que já havia sido feito era extremamente técnico e que o aluno, para ser um bom profissional, precisava de outras competências. Hoje, sua área de atuação está focada nas disciplinas de Ética e exercício profissional, Gerenciamento de Projetos e Planejamento Industrial: “para se ter produtividade, para um projeto dar certo, não basta fazer a planilha, é preciso gerenciar os recursos, principalmente os humanos”.

A professora assumiu a chefia do Departamento por convite de colegas e obteve a aprovação de 28 dos 29 votantes. Aceitou o desafio “pelo desejo de aprender, passar pela experiência de conflitos, lidar com as demandas de cada um, ter que trabalhar isso para receber a resposta mais eficaz e produtiva possível, crescer como pessoa, como profissional, e também entender mais o funcionamento da Universidade. Estando nessa função, eu participo de conselhos que, como professora, eu não participaria, tenho então, a oportunidade de ver mais coisas, conhecer mais setores, o funcionamento como um todo”. Ficou insegura no início, mas sempre buscou ajuda e foi bem apoiada. Sente-se feliz por acreditar que está cumprindo com o que prometeu e pelos colegas estarem cumprindo também ao darem este apoio.

Sobre seu cotidiano, assume que sua função na chefia deve ser a de atender as necessidades do Departamento, “dar conta das disciplinas, das demandas. Alguém precisa tomar conta deste espaço e também oferecer recursos humanos para um curso como o de Engenharia de Produção e também para outros cursos, a chefia tem que cuidar que isso aconteça. Se falta professor, providenciar concursos, verificar se está dentro da lei, se a coisa certa está sendo feita, atendendo os problemas que existem, e também contribuir para que as pessoas sejam mais felizes e deem conta de seu trabalho de uma forma mais cooperativa”. Myriam acredita que há um desafio muito grande para qualquer gerente que é a função de coordenar, “trazer o que cada um tem de melhor, entre técnicas e competências, disciplinas que são mais adequadas e motivar cada um para dar a sua contribuição. Ao mesmo tempo respeitar o momento de cada um, entender e ajudar, porque às vezes as pessoas têm crenças que limitam suas potencialidades, disponibilidade de agir”

Ao ser indagada sobre as greves que se desenrolam na UFSC, informou  que nenhum dos professores da Engenharia de Produção aderiu e que não houve reclamações de alunos quanto às questões acadêmicas. Sobre os funcionários, somente dois aderiram. Entende que a greve é uma das formas de manifestação da insatisfação do trabalhador, mas o direito ao trabalho também está na Constituição e não concorda com os impedimentos físicos (fechamento de prédios e estacionamentos) e com a decisão do Conselho Universitário de obrigar os cursos trimestrais a não concluírem seus períodos letivos. Também considerou um equívoco, sob a ótica da democracia, a negociação feita com os funcionários sobre a cerimônia de formatura, ao impedir que paraninfos e alunos fizessem seus pronunciamentos, porém permitindo o pronunciamento dos grevistas.

Quando questionada sobre os problemas do Departamento, aponta questões que saem do seu controle, como a grande burocracia para o encaminhamento de alguns processos, a falta de funcionários no Departamento, o que, em função da greve dos servidores técnico-administrativos agravou-se. “Por exemplo, desde janeiro, quando faleceu um funcionário da Coordenação do Curso, passamos um bom período sem reposição e ainda temos demandas não atendidas”. Também é um problema do Departamento a questão da insuficiência de espaço físico, como salas e laboratórios. “São problemas difíceis que é preciso estudo e avaliação para se trabalhar em conjunto na construção da solução”.

Como ponto positivo que está ocorrendo no Departamento, durante sua gestão, comentou sobre os estudos que visam definir se o curso de Engenharia de Produção assumirá ou não um novo modelo: “Se vamos continuar com os três cursos: produção elétrica, produção mecânica e produção civil ou se vamos fazer um curso só, com uma cara só”.

Fotografia: Henrique Almeida

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