Chefes de Departamento: Victor Juliano De Negri

10/09/2012 17:18

O Núcleo de Comunicação do Centro Tecnológico está desenvolvendo uma série de entrevistas com os Chefes dos Departamentos de Ensino do CTC. A cada semana será publicado um perfil, e para dar continuidade à série, o professor Victor Juliano De Negri, chefe do Departamento de Engenharia Mecânica, fala sobre suas atribuições.

O professor Victor Juliano De Negri é natural do Rio Grande do Sul e formou-se em Engenharia Mecânica pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, fez mestrado na UFSC e ingressou na Universidade como servidor técnico-administrativo, como engenheiro. Cursou também o doutorado e em 1995 pediu exoneração do cargo de servidor técnico-administrativo e assumiu como servidor docente. Ministrando aulas na área em que tinha feito mestrado, logo assumiu a coordenação do Laboratório de Sistemas Hidráulicos e Pneumáticos. Seu Pós-Doutorado foi realizado na University of Bath, no Reino Unido.

Assim que entrou na UFSC, teve a oportunidade de estar bem inserido nas atividades de ensino, pesquisa e de relacionamento com a indústria. “Um ponto bastante positivo aqui do Departamento é que ele dá a oportunidade de crescimento para quem entra como docente. O ruim é quando você ingressa em um local que não te dá espaço, quando existe uma competição interna por recursos ou entre egos. Essa mesma oportunidade de trabalho que eu tive continua ocorrendo para os que entraram mais recentemente. Todos os que ingressam aqui têm a oportunidade de encontrar um espaço de trabalho e eu entendo que boa parte do sucesso do Departamento decorre deste fato”.

“Não percebo que exista uma cobrança explícita para que determinado docente busque mais oportunidades ou que faça determinadas atividades em detrimento a outras, mas eu percebo que é algo que está no ar. Por isso eu acho que todos são dedicados ao trabalho e se sentem motivados para buscar mais resultados e, de forma geral, conseguem ter sucesso dentro do Departamento”.

O professor assumiu a chefia em março deste ano e acredita que esta tarefa “resulta do posicionamento dentro do Departamento e também da maturidade como docente. Gradativamente as pessoas vão se envolvendo com questões que vão além de suas atividades de ensino e pesquisa, de modo que passam a ter uma visão geral do Departamento e de como é possível contribuir para com o grupo. A candidatura à chefia não é uma decisão isolada tomada simplesmente em função da abertura da vaga”.

Sua principal motivação é o “sentimento de que nós somos beneficiados por uma estrutura posta, e chega a hora de contribuir também. Nós nos beneficiamos de um Departamento forte, onde em tudo o que se faz leva-se o nome do Departamento. Então chega o momento que você deve também fazer o seu trabalho no sentido de ajudar na manutenção desta estrutura”. Virginiano nato, é bastante perfeccionista e a questão de organização é um ponto forte que tenta implantar. Sua principal preocupação, além de resolver as questões normais que aparecem, é a de “buscar dar uma contribuição maior para o Departamento em termos estratégicos, pensar de forma mais a médio e longo prazo.”

O Departamento de Engenharia Mecânica se estabeleceu tendo relação com a indústria e na origem da criação do curso, que era chamado de engenharia industrial, um ponto fundamental foi estágio na indústria. “As primeiras pessoas que implantaram o curso buscaram no Estado de Santa Catarina contato direto com as empresas para solicitar estágios, e estabelecer uma ponte de como a universidade poderia trabalhar em conjunto com as empresas. Essa relação foi amadurecendo de tal forma que a pesquisa começou a ser realizada em parceria com a indústria”.

“Hoje, grande parte dos nossos projetos de pesquisa são com a indústria e nesses estão envolvidos alunos de graduação, mestrado e doutorado. Na graduação, os alunos que estão inscritos na iniciação científica atuam, dentro dos laboratórios, em projetos que tem vinculação com indústria e isso faz com que o aluno não se sinta envolvido em uma atividade puramente acadêmica. Se o resultado não for bom, isso será percebido pelo parceiro industrial ou na apresentação de resultados frente a órgãos de fomento, ou seja, a iniciação científica é uma atividade séria e que requer comprometimento como um profissional. O mesmo contexto é válido para o mestrando e para o doutorando”.

Sobre a gestão de recursos humanos, o professor declara que “a secretaria do Departamento tem a felicidade de ter um grupo muito bom de servidores técnico-administrativos. O Tadeu, a Inês e a Elenir, que já estão há muito tempo no Departamento, conhecem bem a estrutura operacional. São funcionários muito responsáveis, tal que a carga administrativa é bastante reduzida cabendo ao chefe a tomada de algumas decisões ou encaminhamentos específicos”.

Há cerca de dez anos foi feita uma reestruturação do Departamento e foram criadas três áreas temáticas, onde os professores dividem-se, e duas câmaras, a de pesquisa e extensão e a de administração que contam com representantes das três áreas. “Nós temos uma estrutura operacional que funciona bem, ao invés de termos o chefe de Departamento e o colegiado do Departamento para tomarem as decisões, elas são tomadas nessas duas câmaras, e somente decisões muito específicas são levados para o colegiado pleno, que inclui todos os professores.”

Em sua avaliação sobre a situação da Universidade, acredita que há coisas que poderiam ser melhoradas, “em questões de infraestrutura física o próprio Departamento tem várias limitações. Os grupos de pesquisa precisariam de mais laboratórios, melhor estrutura física, de maior número de funcionários”. Porém, “de forma geral, quando nós falamos do Departamento e da UFSC, conseguimos levar boas impressões, mostrando que é uma universidade bastante ativa. No cenário nacional e na América Latina ela é bastante expressiva, assim como está em igualdade com países da Europa e América do Norte  em várias áreas. Percebo que todos nós deste Departamento nos orgulhamos de falar da Universidade Federal”.

Texto:Patricia Siqueira

Fotografia: Wagner Behr

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