Chefes de Departamento: Werner Kraus Junior

21/09/2012 17:51

O Núcleo de Comunicação do Centro Tecnológico está desenvolvendo uma série de entrevistas com os Chefes dos Departamentos de Ensino do CTC. A cada semana será publicado um perfil, e para dar continuidade à série, o Professor Werner Kraus Junior, chefe do Departamento de Automação e Sistemas, fala sobre suas atribuições.

O Professor Werner Kraus Junior possui graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal da Santa Catarina e doutorado pela Australian National University, na área de Robótica. Dedicou seu pós-doutorado na Universidade da Califórnia, em Berkeley, a estudos na área de Engenharia de Transportes.  Atualmente, dedica-se à pesquisa e desenvolvimento de métodos de automação e controle aplicados à gerência de tráfego e à mobilidade urbana.

Candidatou-se à chefia de departamento no início deste ano por sentir-se motivado para “trabalhar nas tarefas administrativas e colaborar na consolidação dos  valores cultivados ao longo da história do Departamento de Automação e Sistemas”. Como chefe, preocupa-se em contribuir com a tradição que o Departamento mantém desde sua criação, que é “uma filosofia de trabalho cooperativo em termos de recursos materiais e de espaço físico compartilhado. Há uma preocupação com a preservação do caráter de unidade do departamento, sem fragmentações”.

Sobre seus métodos de gestão, o professor afirma que busca trabalhar com consensos: “quando se quer construir um consenso, é preciso conversar com as pessoas, dedicar tempo, buscar o entendimento de todos sobre o que está sendo proposto e adaptar continuamente a proposta até que esteja adequadamente aceita pelo grupo”.  Em sua postura de trabalho, acredita que possui “certa facilidade para diálogos com os colegas, de entender a posição do outro. Ao propor uma ação da chefia, sempre há alguma proposta pré-concebida, mas no diálogo essa proposta vai mudando para que reflita melhor as aspirações coletivas”.

Ao ser indagado sobre problemas do Departamento de Automação, o professor afirma que “os departamentos da Universidade em geral se deparam com dificuldades de espaço físico para  alocar todas as atividades de ensino, extensão e pesquisa. Neste particular, a direção do Centro propôs e o Conselho da Unidade aprovou a instituição de uma comissão de espaço físico composta pelos chefes dos departamentos do CTC. Vai ser um fórum para alinhar os entendimentos sobre essa questão, que certamente contribuirá para melhorar as soluções do problema comum a todos”.

“Há também questões de financiamento do Departamento. Muitas vezes não é possível trabalhar somente com os funcionários que são disponibilizados pela administração da Universidade e somos obrigados a contratar pessoas pelas Fundações para atuar no apoio a projetos ou atividades de suporte técnico. Apesar desta carência de pessoal, o espírito de colaboração e de unidade que há no DAS acaba tornando mais fácil a tarefa de assegurar recursos para realizar a gestão. De todo modo, tal escassez não deixa de ser uma preocupação, porque os recursos são poucos e sempre se quer mais do que está disponível. Então acaba sendo um desafio”.

A avaliação que o professor faz sobre as condições atuais da Universidade é a de que “temos acompanhado no Brasil a expansão do ensino superior público federal. Nesse sentido, o programa REUNI trouxe para nossa Universidade uma expansão significativa, com novas unidades no interior do Estado. Enfim, existe uma realidade nacional de expansão, de oferta de vagas para a graduação e em expansão física das Universidades Federais e a UFSC está bastante inserida neste esforço, que acaba trazendo também problemas devido às dificuldades de efetiva implantação dos projetos propostos pela Universidade. De todo modo, estamos vivendo um momento importante da Universidade Pública no Brasil, com a sua revalorização nos últimos 8, 9 anos pelo Governo Federal. Em contraponto, anterior a isso havia no governo  uma disposição que apontava na direção do incentivo do ensino superior privado, resultando em graus maiores de dificuldade às Universidades Públicas (a frequência das greves naquele período é um indicador dessas dificuldades)”.

Ao avaliar o âmbito local da administração universitária, acredita que “existe uma iniciativa forte da nova reitoria para mapear os principais problemas que afetam a UFSC. Há certos aspectos que, na visão dessa administração, podem ser melhorados em termos de gestão, de agilidade de execução orçamentária e também transparência na destinação dos recursos. Temos visto com bastante interesse a novidade de se ter uma reitoria eleita com caráter de mudança em relação aos últimos 16 anos, e que agora trabalha pelo desenvolvimento e o crescimento institucional da Universidade como um todo. Esta renovação é salutar para a Universidade”.

O professor pontuou a questão da eleição para a direção do Centro Tecnológico, abordando alguns anseios: “é importante que se tenha um processo de debates antes da eleição que paute uma revalorização do papel da Direção do Centro Tecnológico, para que esta consiga exercer de fato o papel de coordenar as atividades que nos parecem, às vezes, fugindo de seu alcance. Há coisas que aconteceram no CTC no passado sem que o próprio Conselho da Unidade tenha tomado conhecimento. Creio que no Centro nós temos todas as condições de estabelecer mecanismos de diálogo entre as chefias de Departamento para se ter uma gestão de Centro que possa efetivamente coordenar as iniciativas, gerando benefícios para todos”.

Entrevista: Patricia Siqueira

Fotografia: Henrique Almeida

Entrevistas com outros chefes de Departamentos.