Laboratório de Engenharia Biomecânica é equipado para avaliação e pesquisa em próteses endovasculares

26/03/2013 12:38

Equipamentos podem simular 10 anos de uso das próteses – foto Claudia Reis

Referência na avaliação de implantes ortopédicos e de próteses de silicone, o Laboratório de Engenharia Biomecânica da UFSC vai atender também a área vascular.  Com apoio do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, o setor localizado no Hospital Universitário está sendo ampliado e instrumentalizado para realizar testes pré-clínicos, pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica em stents e outras próteses vasculares – implantes vitais na cirurgia reconstrutora e de desobstrução de artérias. Centro multidisciplinar de ensino, pesquisa e desenvolvimento na área da saúde, o laboratório tem uma equipe formada por médicos cirurgiões do Hospital Universitário, pesquisadores do Departamento de Cirurgia e dos cursos de Engenharia Mecânica e Engenharia de Materiais da UFSC.

Há oito anos a equipe atua na Rede Multicêntrica de Avaliação de Implantes Ortopédicos (Remato), instituída pelo Ministério da Saúde. Desde 2011 o laboratório é também um dos cinco centros de pesquisa designados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para realizar os ensaios para a certificação de implantes mamários de silicone no processo coordenado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Com a ampliação para a área vascular, novos equipamentos importados dos Estados Unidos permitirão a realização dos principais testes de avaliação de dispositivos médicos como stents, entre outras próteses endovasculares.

“O Ministério da Saúde nos solicitou o projeto, nós discutimos com cirurgiões vasculares do HU e decidimos enfrentar mais este desafio”, conta o professor do Departamento de Engenharia Mecânica Carlos Rodrigo Roesler, um dos pesquisadores do laboratório.

Ele lembra que o Brasil possui indústrias fabricantes de dispositivos médicos para transtornos vasculares, mas não conta com infraestrutura laboratorial para comprovar a segurança e eficácia destes produtos. Para obter autorização para comercialização junto à Anvisa, os fabricantes e importadores precisam realizar os testes em outros países.“A realização das avaliações no Brasil vai aumentar a garantia da qualidade dos produtos e a segurança para o paciente”, complementa o médico cirurgião Ari Digiacomo Ocampo Moré, um dos fundadores do laboratório.

A expectativa da equipe é de que a realização dos testes leve também à identificação de potenciais falhas, retroalimentando a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico da indústria nacional. “O ambiente nos propicia o trabalho com a pesquisa e a formação de recursos humanos”, comemora Moré. O projeto de ampliação do laboratório para a área de próteses endovasculares é gerenciado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (FAPEU).

Dez anos de uso

Implantes e próteses vasculares são destinados ao tratamento de aneurismas, obstrução de vasos sanguíneos e traumas, entre outras doenças que apresentam forte incidência entre a população brasileira adulta.

Os testes pré-clínicos contemplados inicialmente no Laboratório de Engenharia Biomecânica avaliarão aspectos da resistência mecânica, durabilidade e desempenho biomecânico de stents e stent-graft.

Os equipamentos adquiridos podem, por exemplo, aplicar esforços associados à pulsação, simulando 380 milhões de ciclos de fadiga de um stent no paciente, equivalente a 10 anos de uso clínico. Serão também realizados testes com filtros de veia cava, dispositivo metálico que tem a função de filtrar coágulos e impedir que alcancem os pulmões.

Mais informações: Carlos Rodrigo Roesler / Departamento de Engenharia Mecânica / Esta imagem contém um endereço de e-mail. É uma imagem de modo que spam não pode colher. / (48) 3721-8159

Material produzido para a Revista da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (FAPEU) /  www.fapeu.br
Jornalista responsável: Arley Reis /  
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Fotos: Cláudia Reis

Fonte: Notícias da UFSC