Acadêmicos do NEAmb representam o Brasil em evento no Japão

12/11/2010 15:35
Rodrigo Merege, Cláudio José Amante e Richard Smith

Rodrigo Merege, Cláudio José Amante e Richard Smith

No dia 31 de outubro, os alunos Richard Smith (10ª fase da Engenharia Sanitária e Ambiental) e Rodrigo Merege (formando do curso de Biologia, participantes do Núcleo de Educação Ambiental do Centro Tecnológico da UFSC (NEAmb), retornaram de uma viagem ao Japão. Durante os 14 dias que passaram na cidade de Nagoya, integraram as oito mil pessoas de 190 países que participaram da 5th Conference of the Parties on Biological Diversity – 5ª Convenção das Partes sobre a Biodiversidade -, em tradução livre. O objetivo do encontro mundial, que teve início no dia 18 de outubro, foi discutir maneiras de reverter a degradação ambiental e melhorar a relação entre biodiversidade e atividades econômicas e corporativas. “O aluno de graduação da UFSC tem condições de representar não só a universidade, mas o país”, comenta o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Cláudio José Amante, em reunião com os alunos.

Além de acompanhar as discussões, Richard e Rodrigo participaram de eventos paralelos e mantinham um estande do NEAmb, único representante brasileiro na Feira Interativa da Biodiversidade, que acontecia num pavilhão ao lado do Centro de Convenções. “Tínhamos que nos revezar. Quando um de nós queríamos ir a um evento, o outro recebia os visitantes na feira”, diz Rodrigo. Entre as reuniões frequentadas pelos estudantes estavam a “Conservação dos oceanos”, pelo Greenpeace, os “Serviços ambientais das unidades de conservação do Brasil”, do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, e The economics of ecosystems and biodiversity, do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (UNEP).

Os 14 dias na terra do sol nascente renderam elogios de professores universitários do Japão, um pedido da Japan Civil Network – a rede civil japonesa – para uma palestra sobre o Brasil, um registro em um jornal de circulação nacional e um conjunto de relatos de cada dia publicado no site do Núcleo (www.neamb.ufsc.br). “Calculamos que mais de 700 pessoas visitaram nosso estande. Fizemos contatos com diversas entidades ambientais de vários lugares do mundo”, dizem os estudantes, que completam: “Não sabemos como agradecer a oportunidade que a UFSC nos deu. Nos sentimos valorizados como alunos e isso nos fez ter o compromisso de ter uma boa participação na Convenção”.

Decisões da Convenção
Apesar de o protocolo de Nagoya não ter força de lei, a Convenção resultou em uma obrigação política para os governos dos países participantes. Parâmetros também são fixados para o estabelecimento de políticas públicas. Quanto ao acesso e repartição dos benefícios gerados pelas soluções sustentáveis, as autoridades decidiram que os países têm soberania sobre os recursos genéticos de sua biodiversidade – que só pode ser utilizada com o consenso do próprio país. Por exemplo, se houver alguma produção, como um remédio feito a partir de uma planta medicinal, os lucros da comercialização serão obrigatoriamente compartilhados com o país de origem.

No plano estratégico, estabeleceu-se que os países trabalharão para incluir o valor da biodiversidade nas contas públicas. As nações devem buscar a redução dos subsídios utilizados nas atividades que causam algum tipo de prejuízo à natureza – em sua maioria atividades industriais. A meta para 2020 é que as áreas terrestres sob proteção cheguem a 17%, e as marinhas a 10%.

Fonte: Agecom/UFSC

Foto: Rodolfo Conceição/Agecom