Aluno do CTC integra projeto vencedor em inclusão de autistas no mercado de trabalho

24/09/2020 14:23

O aluno de Ciências da Computação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Alexandro de Campos Teixeira Netto integra a equipe do projeto que conquistou, no dia 5 de setembro, o 1º lugar no Autismo Tech, um hackathon que tem como objetivo principal encontrar soluções para incluir os autistas no mercado de trabalho. A ideia vencedora foi o Austic, um fone de cancelamento ativo de ruído por condução óssea, que utiliza tecnologia inédita no Brasil.

O fone desenvolvido possui um microfone que capta os ruídos do entorno e transfere para a aplicação e processamento. A partir daí, um software cria ondas exatamente iguais e as emite praticamente ao mesmo tempo, só que em uma fase oposta, causando o cancelamento dos ruídos indesejados.

Com o uso da condução óssea, a transmissão ocorre constantemente à medida que as ondas sonoras vibram nos ossos, especificamente nos ossos do crânio, “permitindo ao ouvinte perceber o conteúdo de áudio sem bloquear o canal auditivo e sem retirar a atenção dele a sua volta”.

O aplicativo do Austic possibilita um ajuste manual de frequência e volume, além de realizar um background dos dados de volume e geolocalização, e garante um funcionamento automático em situações e locais frequentes. O aparelho busca fomentar a qualidade de vida para indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) que sofrem com sensibilidade auditiva e possibilita mais independência nas atividades diárias e profissionais, sem a preocupação com crises e gatilhos corriqueiros.

A equipe vencedora é formada por seis membros, que se conheceram pela internet. Além de Alexandro Netto, formam o grupo do projeto vencedor: Henrique Gomes de Souza, Júlia Demuner Pimentel, João Eliano Germano Gomes, Thainá Monteiro Ferreira e Carol Nobre Moraes. Carol é autista e relatou à equipe os obstáculos que enfrentou na vida profissional como dentista, entre eles crises ocasionadas pelos sons e ruídos presentes no cotidiano do consultório.

Para Alexandro, a proposta do hackathon é muito nobre ao ajudar pessoas do espectro autista que são afetadas no cotidiano e, consequentemente, no mercado de trabalho. “Ter uma autista em nosso time nos ajudou muito a entender essas dificuldades e decidimos focar na maior delas: a hipersensibilidade auditiva, que leva a problemas de comunicação e até dor de cabeça, náuseas e vômito. É extremamente motivador participar de uma ideia que tem o potencial de melhorar a qualidade de vida de tantas pessoas, aumentar a visibilidade dessa comunidade e torná-la cada vez mais independentes”, explicou.

No momento, o grupo está em fase de desenvolvimento e trabalha na divulgação e na captação de investimentos que possam viabilizar a produção do Austic para o mercado e, assim, promover melhorias e inclusão no espectro autista.

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Fonte: Notícias UFSC

Tags: AusticAutismo TechCTCTranstorno do Espectro Austista (TEA)