Grupo de pesquisa lança campanha propondo mudanças no sistema viário e de transporte dos bairros vizinhos à UFSC
O Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Ecologia e Desenho Urbano (Gipedu) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lançou a campanha “Por ciclovias em rede e seguras” no entorno da universidade. Foram divulgados quatro abaixo-assinados pedindo a criação de ciclovias nos bairros Trindade, Córrego Grande, Pantanal e Carvoeira. As propostas são baseadas em estudo realizado pelo Gipedu no âmbito do Projeto de Extensão Campus-Parque, sob orientação do professor Francisco Antonio Carneiro Ferreira.
A fim de viabilizar o espaço para implantação de ciclovia bidirecional, o estudo propõe a implementação de três binários: na Trindade, o binário seria formado pela Rua Lauro Linhares (sentido UFSC-Centro) e Avenida Professor Henrique Silva Fontes (sentido Centro-UFSC); no Córrego Grande, o binário seria formado pela Rua João Pio Duarte Silva (sentido UFSC-Bairro) e a Avenida Madre Benvenuta (sentido Bairro-UFSC); e no Pantanal, o binário seria formado pela Rua Deputado Antônio Edu Vieira (sentido Bairro-UFSC) e a Rua Capitão Romualdo (UFSC-Bairro). Cada abaixo-assinado pede a criação de ciclovias conectadas, segregadas, em vez de ciclofaixas e pistas compartilhadas, adequadamente arborizadas, sinalizadas e iluminadas — principalmente em locais potencialmente perigosos.
O estudo considera igualmente prioritário aumentar a qualidade e a eficiência no trânsito de veículos, especialmente do transporte coletivo. Uma das medidas mais urgentes sugeridas é a criação de espaço adequado à parada do ônibus, afastado do eixo da via ou faixa direta de tráfego para evitar a interrupção do fluxo de veículos na pista de rolamento. Segundo o estudo, os bairros vizinhos à UFSC “tornaram-se espaços limitados, cheios de obstáculos, ruído, poluição, excesso de automóveis, risco de acidentes graves, daí a importância de adotar-se princípios de moderação de tráfego, especialmente em torno do Campus, um dos maiores pólos geradores de tráfego da cidade.”
A pesquisa aponta que, nas principais vias dos bairros, a implementação de mão única garante espaço à implantação da ciclovia e beneficia os pedestres, pois reduz os conflitos entre pessoas e os veículos, aumentando a qualidade do espaço público. O estudo prevê medidas para que as faixas exclusivas destinadas à travessia, a superfície do pavimento, os postes e outros componentes do mobiliário urbano não impeçam o livre trânsito no passeio público e possibilitem o acesso ao transporte coletivo, com plataformas no nível adequado para o embarque e o desembarque.
“São todas intervenções de baixo custo, que humanizam os bairros, valorizam o ambiente construído, além de trazer benefícios para o tripé pedestres-ciclistas-passageiros do transporte coletivo. Um verdadeiro convite a deixar o carro de lado, para que os moradores sintam-se convidados a caminhar e pedalar, a utilizar mais o transporte coletivo, tanto quanto possível, em conexão com suas atividades cotidianas”, destaca o professor Francisco Antonio Carneiro Ferreira.
A mobilização por mudanças no sistema viário e de transporte no entorno da universidade está sendo realizada neste momento por conta da discussão e revisão do Plano Diretor de Florianópolis, que acontece neste ano. Nesse sentido, a iniciativa do Gipedu é um estudo preliminar que aponta orientações à formulação de um Projeto Executivo Participativo, articulado ao Plano Diretor Municipal e Regional, contendo todos os dispositivos técnicos necessários à redução dos impactos sociais e ambientais. As propostas pretendem melhorar o acesso ao campus, reduzindo o congestionamento das vias, e trazer mais segurança aos ciclistas e pedestres.
“Não é viável construir novas vias e áreas de estacionamento para aliviar a pressão do tráfego, pois a história da cidade moderna demonstrou que tais soluções geraram mais trânsito e congestionamento. É preciso iniciar a transição para outro paradigma de mobilidade, aprendendo a lidar com a cidade real (e não apenas com a cidade ideal modernista) e investindo em estímulo às mudanças comportamentais (valores culturais) de baixo custo e de grandes benefícios”, explica o professor.
Participe dos abaixo-assinados:
Implantação da ciclovia na Rua Lauro Linhares – Florianópolis/SC
Implantação da ciclovia na Rua João Pio Duarte Silva – Florianópolis/SC
Implantação da ciclovia na Rua Dep. Antônio Edu Vieira – Florianópolis/SC
Implantação da ciclovia na Rua Capitão Romualdo de Barros – Florianópolis/SC
Assine e divulgue você pode qualificar a mobilidade da cidade e do Campus da UFSC.
Fonte: APUFSC Sindical